Libro «II Encontro de Educação Popular Feminista na Amazônia: os feminismos afro-indígenas da Pan-Amazônia». GAFA CEAAL

Libro «II Encontro de Educação Popular Feminista na Amazônia: os feminismos afro-indígenas da Pan-Amazônia».

Adriane Raquel Santana de Lima, Caroline Barros da Silva, Paula Maíra Cordeiro, Jerry Wendell Rocha Salazar, Organizadorxs. Editora IEPA.

«É com muita alegria que apresentamos esta publicação como resultado do II Encontro de Educação Popular Feminista na Amazônia, que aconteceu em março de 2024, na Universidade Federal do Pará. É um trabalho de grande esforço coletivo e pensado de maneira interseccional por diversas mãos, sentimentos, afetos, obstáculos, limitações, cansaço, dores, mas também, de amizade, de superação e muita alegria, uma verdadeira expressão da educação popular feminista.
Esta publicação consegue reunir uma diversidade linda de corpos, saberes e cores, que dentro da diversidade revela que somos muitas e somos todas sobreviventes de um sistema sexista violento, que aprisiona nosso corpo-território, sexualidades, mentes e almas. Os textos organizados neste volume são reflexos do enorme e diverso desafios que assumimos para pensar e, também, para promover uma prática histórica e identitária de Educação Popular Feminista na Amazônia. Organizar essa publicação é, também, cumpre a tarefa da sistematização das experiencias, relatos e ensaios acadêmicos sobre/com e das mulheres, para conformar um conjunto de conhecimentos capaz de elaborar, compreender os desafios das identidades femininas e suas práticas políticas e pedagógicas no processo de transformação dos padrões de opressão a que são/somos submetidas.
O II Encontro de Educação Popular feminista na Amazônia, diferente da primeira edição em 2021, contou com 06 círculos de vivências em educação popular, onde foram organizados os artigos apresentados no evento e enviados para publicação, que são eles: 1-Feminismo comunitário, economia solidária e ecofeminismo; 2. Feminismo negro, colonialismo, interseccionalidade e encarceramento; 3. Mulheres, religiosidade, saberes ancestrais;4. Gênero, sexualidade, Identidade LGBTQIA+, Lesbianidade e Novas masculinidades; 5- Cursinho Popular e Escolarização; 6-Feminismos e inclusão de mulheres com deficiência.
Assim, temos 53 trabalhos completos e distribuídos nos 06 círculos de vivencias e que se debruçam por temas outros, que são capazes de denunciar os tentáculos do sistema opressor. Os textos aqui reunidos trazem uma escrita sobre a realizada Marajoara, ribeirinha Amazônida, ecofeminismo, moda sustentável, memoria indígenas, histórias e saberes ancestrais de mulheres negras, saberes quilombalas, exercício do aquilombamento, eco-conversas, saberes de mulheres campesinas, o carimbó feminista, saberes e lutas das mulheres com deficiência e muitos outros temas.
Essa publicação carrega uma singularidade da escrita de mulheres capaz de promover pilares para uma educação libertadora e transformadora. A educação popular feminista é, exatamente, este espaço de múltiplas cores, vozes e movimentos, que corporificam uma educação sentida.A edição de 2024, traz como tema central “Os Feminismos afro-indígenas na Pan-Amazônia”, por conseguir visibilizar múltiplas experiências que estão circunscritas na pan-amazônia, materializandocomo importante espaço de valorização de saberes/ reconhecimento e de seus saberes, como uma estratégia metodológica para potencializar as mulheres como sujeitos do conhecimento e da história e por isso sujeitos da transformação, bem como a prática do quefazer cotidiano, que promove a reflexão sobre nossas vidas cotidianamente, gerando vivências de mulheres, coletividade entre mulheres sendo possível sentir e agir.Neste sentido, podemos afirmar que estamos entregando uma publicação que apresenta múltiplas pedagogias, como: da escuta, do diálogo, do conflito, do acolhimento e da decolonialidade.
Não podemos deixar de destacar que está publicação é também uma provocação aos conhecimentos encastelados que ainda se negam a reconhecer e a dialogar com a cosmovisão feminista, que são construídos e sentidos em diferentes territórios, promovendo fissuras na estrutura academicista eurocentrada.
Assim, é no esperançar freireano, do esperar fazendo-vivendo-sentido, que convidamos todas, todes e todos a conhecerem os saberes, vivências, aprendizagens e atravessamentos que estão reunidos nesta edição. A escrita das mulheres é um processo de libertação e por isso transformador. Desejamos que esta leitura seja prazerosa e provocativa.

Adriane Lima

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